Em conversa com amigas, uma delas queixou-se que a festa de casamento lhe deu prejuízo, ou seja, esperava que as prendas em dinheiro chegassem para pagar a boda e não chegaram, tendo que pagar ainda cerca de cinco mil euros. Eu confesso que fiquei de queixo caído, até porque fui a esse casamento e achei a conversa um autêntico despropósito. Eu, por acaso, sabia quanto se pagava em média por pessoa na quinta onde ela se casou e a prenda que dei até ultrapassou um pouco esse valor. Mas quem não sabia? Era obrigado a saber? Deve sentir-se mal por dar menos, mas à medida do que pode?
Mas isto agora é assim? Planeiam-se e fazem-se casamentos em grande estilo sem se ter dinheiro para os pagar à partida? Conta-se com "o ovo no cú da galinha"?, como dizia a minha avó.
Quando me casei, os meus pais e os meus sogros quiseram dividir a despesa da boda entre eles, mas isso ficou logo definido à partida, já sabiam mais ou menos quantos convidados seriam e tínhamos uma espécie de "teto máximo" para gastar por pessoa. E foi em função disso que escolhemos o local e o catering. Tudo o resto: fotógrafo, música, flores, convites, lembranças para os convidados, lua de mel, etc. seria à nossa conta. (Menos o meu vestido que foi a prenda dos meus padrinhos e o fato do noivo que também foi a prenda dos padrinhos dele.)
Nós tínhamos as nossas poupanças e foi de acordo com esse montante que contratámos estes serviços. Ou seja, não contratámos nada que não pudéssemos pagar à partida. E se tivéssemos que pagar também a boda, nunca na vida iríamos contratar serviços que não tivéssemos dinheiro para pagar, contando que os convidados nos dessem prendas em dinheiro suficientes para tal. E se não dessem? Ía eu assaltar um banco? Ía pedir um empréstimo?! No way! Se fôssemos nós a pagar, das duas uma: ou queríamos muitos convidados e teríamos de escolher um sítio económico, ou se quiséssemos ir para um sítio caro teríamos de restringir os convites. Fosse qual fosse a opção teria de ser sempre dentro das nossas possibilidades.
Agora toda a gente gosta de fazer um vistão na festa de casamento, contratar grandes quintas, serviços de catering que levam para cima de cem euros por pessoa, etc., tal como fez esta minha amiga, contando que os convidados lhes pagassem a festa. Digam-me se isto é normal. Eu não acho.
Eu sou daquelas pessoas que ainda tem o pensamento idílico que devemos ter na nossa festa apenas aquelas pessoas que nos são especiais, sejam família ou amigos, e devemos querer que elas estejam presentes pelo que são e pelo que representam para nós, não pelos presentes que nos possam dar. Para mim, não faz qualquer sentido dar uma festa para que sejam as outras pessoas a pagá-la.
13 comentários:
Também não entendo esse espirito, muito menos a parte de se queixar no fim... Ainda que estivesse a contar com as prendas, se não as recebeu calava-se... Foi por essas e por outras que eu casei e fiz uma festa para 35 pessoas... Esteve quem importou e no fim a despesa embora paga pelos nossos pais poderia perfeitamente ter saido da nossa conta!
Concordo com tudo e eu casei há menos de um mes...estava lá eu a contar com prendas...assim como não conto quando convido alguem para jantar me traga a sobremesa. E falar sobre isso completamente despropsitado assin como também acho de mau tom perguntar quanto se pagou por convidado. Beijos nosso
Isso é o tipico pensamento português, gastar mais do que o que se tem.
No meu casamento, foram os pais de ambos que pagaram, logo convidaram alguns amigos deles e eu não achei mal, mas eu tb convidei os meus, sem problemas nenhuns.
Eu nem sequer quero saber o que se paga em cada quinta, dou o que acho que devo dar e se há uns que dou menos, há outros que dou mais, conforme a ligação que tenho ás pessoas.
Beijocas
Infelizmente é mesmo verdade, as pessoas querem os seus caprichos mas à custa dos outros, enfim! Penso que se a pessoa é convidade é porque fazem gosto da sua presença, e assim sendo cada um dá o que pode! Como as coisas mudam!!!
beijinho linda
Esta é uma visão da vida que não consigo entender. Nunca fiz uma festa a contar com o dinheiro das prendas. Nem casamento, que fomos nós que pagámos, nem o batizado das meninas. Fica tão mal essa mentalidade. Para quem pensa assim devia mesmo acontecer o dinheiro dos convidados não chegar. Para ver se aprendem.
Infelizmente, esta é uma mentalidade que se vê cada vez mais. E, com a forma como estamos em crise, vai ter que acabar rapidinho também... O meu casamento foi tão económico (mas muito, muito giro! ainda hoje a família fala da boa comida e do bom vinho e do quanto se divertiram!) que os meus pais ainda me deram dinheiro no final, para compensar o que tinham gasto a mais com as minhas irmãs... :)
Até os batizados agora são mini casamentos, em quintas e tudo. Se se pode, tudo bem, se não se pode, não se faz. O batizado do meu filho foi num restaurante normal e, o da miúda vai ser um churrasco muito descontraído cá na nossa casa nova, que agora já temos espaço! Desculpa alongar-me mas este tema também me revolta um bocado: o viver para as aparências. Beijos
É verdade Beta! O meu casamento não foi em nenhuma quinta, foi num sítio agradável, com boa comida e um jardim suficiente para passear e tirar fotos. O batizado dos Minúsculos também foi num restaurante, nada de extravagâncias, só não foi em casa porque mesmo só a família chegada ainda é grande e não me apeteceu ter trabalho! ;)
lololol a tua amiga tem 5000 euros à perna de divida por casar???? Pois que belo inicio de casamento/vida a dois... Foi realmente de génio!!!
Não Lena, eles tiveram de pagar foi do bolso deles, o que foi inesperado, pois estavam a contar que as prendas em dinheiro dos convidados dessem para pagar tudo!
Eu tive um grande casamento. Com tudo e mais alguma coisa. Na única quinta que visitei e escolhi imediatamente. Com todos os extras que quis. Mas pagamos tudo do nosso bolso. Com excepção do fato do meu marido e alianças. De resto tudo foi à nossa conta. Quando fomos contar o dinheiro que tinhamos recebido ficamos muito surpreendidos, pois o valor ultrapassava o valor pago pelo copo de água. Veio a calhar:) Mas nunca na vida planearia um casamento a pensar nas prendas. Sinceramente era a última coisa que tinha em mente.
Não, não é normal! Mas já me perguntaram se os presentes pagaram o meu casamento (há 5 anos) e eu digo que não sei (mesmo que saiba) e que só sei que foi a festa mais gira e o dia mais divertido e feliz só comparado com o do nascimento do meu filho. Anda tudo com os valores trocados!
Foi bem feita para essa noiva! Ainda por cima em tempos de crise as pessoas já não dão os 100€ ou 200€ que davam antigamente! Dão jarras de vidro e voucheres da vida é bela! Até me admiro não ter feito um empréstimo para pagar o casamento como o tipico tuga gosta de fazer para ir de férias! E agora onde ela vai buscar os 5000€?? Vai andar á rasca só para ter sido rainha por um dia...
Oh senhores, anda tudo avariado!
Eu vou casar este ano e nem sequer estamos a contar com a ajuda da família, ou seja, fazer um casamento lindo e divertido á medida da nossa carteira, se entretanto vier alguma coisa extra será para a casa.
A sério? Mesmo nos dias de hoje ainda existe este raciocínio? E o pior, é que muitas vezes estes casamentos de ostentação acabam sempre por ser iguais.
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